A culpa é do Felipão
R10 e Luiz Fabiano estão fazendo falta?
Quando
Felipão assumiu a seleção, o Brasil vinha de três tristes anos sob o
comando de Mano, quando não conseguiu ganhar de nenhuma seleção de
expressão, além dos fracassos na Copa América e Olimpíada. Tinha também
uma safra duvidosa de jogadores, com os mais experientes em franca
decadência, sendo Kaká o principal exemplo, e as promessas, com exceção
de Neymar, sem conseguir se afirmar, quem não se lembra de Pato
(continuando na fauna, Ganso), a eterna promessa, hoje já tratado como
um peso morto.
Aí
veio Felipão e a conquista da Copa das Confederações, não nego os
méritos do treinador que soube resgatar o “amor” do brasileiro pela
seleção e conseguiu dar um surpreendente padrão tático ao time, o que
foi suficiente para ganhar o título, mesmo com um time limitado
tecnicamente. Infelizmente, na minha opinião, acabam aí os méritos do
treinador.
Entendo
que o mesmo deixou se convencer que ganhar do desestruturado México
(classificou-se na repescagem da CONCACAF), e das decadentes Espanha e
Itália (desclassificadas na primeira fase da Copa) e Uruguai
(desclassificado nas oitavas sem nenhuma dificuldade pela Colômbia) era
suficiente para se achar favorito ao título do mundial.
Infelizmente,
os quatro primeiros jogos do mundial mostraram outra realidade. A
seleção se ressente claramente de jogadores experientes, me desculpem
os patriotas ou psicólogos, mas é inadmissível o chororô do atual
escrete, a atitude de Tiago Silva antes das cobranças dos pênaltis
contra o Chile já é ruim por si só, mas partindo de um Capitão de
seleção é patética. Felipão tão endeusado por ter feito um trabalho
psicológico que transformou Rivaldo no melhor jogador da Copa de 2002,
apostou em um elenco formado por jogadores, segundo ele, com fome de
título, sem se arriscar a motivar jogadores como R10 e Luiz Fabiano que
sem sombra de dúvidas seriam muito mais úteis do que os inexpressivos
Bernard e Jô (na minha modéstia opinião, Jô só entra em campo para
provar que o acomodado Fred, lógico não tem uma sombra, não é tão
ruim).
Por que
insistir com R10? É simples, um time não pode viver somente de correr
com a bola, em alguns momentos do jogo (e não são poucos) é preciso
parar a bola, tocar para os lados e tranquilizar o jogo, em outras
palavras, cozinhar o adversário em banho maria. Sem dizer que é preciso
alguém que ouse nos passes no meio-campo. R10 fez isto magistralmente
na conquista da Libertadores pelo Galo. Basta ver o segundo tempo do
jogo do Chile para entender o que estou falando. Para fechar a análise
dos jogadores, o que passa pela cabeça do treinador e dos jogadores
adversários quando veem R10 e Luiz Fabuloso aquecendo? Acho que deve
ser bem diferente de ver Jô e Bernard.
O
ousado esquema 4,2,3,1 que deu tão certo na Copa das Confederações se
transformou em um estático esquema 4,2,1,3. Os motivos são vários e
facilmente identificados, mas o treinador insistiu em não ver. Vamos a
alguns deles:
1- Paulinho
fundamental em tal esquema, pois era o responsável por passar com
qualidade a bola da defesa para o meio, além de aparecer como homem
surpresa, está em péssima fase, mas Felipão só o tirou do time depois
de ser praticamente obrigado pela torcida;
2-
os meias Oscar e Hulk que tanto ajudaram Neymar na armação do ataque
no último título, se transformaram em dois pontas abertos que são
facilmente marcados, justamente por não possuir velocidade e habilidade
no drible, qualidades necessárias nesta posição. Entendo que este
posicionamento equivocado só pode ser por orientação do treinador, caso
contrário, por que ainda não foram sacados?
3-
os laterais estão sem confiança, pois além de não estarem passando por
grande fase técnica, possuem como melhor característica o apoio ao
ataque, mas não conseguem fazer pela posição equivocada dos meias,
assim se limitam a marcar, o que fazem muito mal, sem dúvidas isto mina
a confiança dos jogadores;
4-
falar o que de Fred? Sem sombra na seleção se acomodou. Não é possível
que com a experiência que possui, não saber a hora de sair da área para
abrir espaço. Mas, mesmo não possuindo a característica de cair pelas
pontas, o esquema adotado poda tal possibilidade. Mas quem pensa em Jô
como titular? Com certeza nem a mãe dele;
5-
jogada ensaida parece um sonho distante, ultrapassagem de lateral uma
miragem, alternativa tática durante o jogo nem pensar. Que inveja do
gol da Itália contra a Inglaterra, ou da belíssima falta ensaidada
cobrada pelo EUA contra a Bélgica. Só um dúvida, por que porra Neymar
tem de cobrar o escanteio, sendo ele o único capaz de fazer algo
diferenciado em uma eventual sobra?
6-
por fim, o aspecto psicológico, o sistema família Scolari, grupo
fechado ou qual o nome que queira se dar a isto, não está funcionando
para transmitir segurança aos jogadores que já entram em frangalho
antes do “baba”. Parece que o clima de Fla x Flu reinante no País entre
os petistas (que vêem no sucesso da seleção uma esperança de mudar a
opinião da população sobre o mal avaliado Governo Dilma) x os
anti-petistas (que torcem para o fracasso da seleção para enterrar de
vez o atual governo), está chegando ao grupo, só isto pode explicar o
descontrole mostrado pelo atual elenco. Não me venham com esta da
obrigação de ganhar o título poe estar jogando em casa, pois não me
lembro de chororô na seleção da Itália em 1990 ou da Alemanha (que
também tinha um time novo, base do atual) em 2006.
Acabo aqui a
minha análise, concordando plenamente com a maioria dos brasileiros, o
maior problema do time é o meio-de-campo, ou muda ou vamos afundar. A
melhor opinião que vi até agora foi a de Juninho Pernambucano,
precisamos aproveitar a ausência de Luís Gustavo (até o momento,
cumprindo muito bem o seu papel) para mudarmos o esquema com a entrada
de Fernandinho, Ramires (Paulinho) e Hernanes no meio-de-campo, assim
passaríamos a jogar no 4,3,2,1, o que permitiria povoar o meio e
principalmente dar liberdade para os laterais e meias fazerem o que tem
de melhor, municiarem o “cone” Fred
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