A origem humilde do maior de todos os tempos
Sei
que há controvérsias, para muitos o maior Bahia foi o de 59, campeão em
cima do Santos de Pelé, para outros foi o invencível esquadrão
heptacampeão baiano. Mas, para mim não tem discussão, o maior BAHÊA de
todos os tempos foi o time de 88, Campeão Brasileiro com autoridade, bom
futebol, carisma, polêmica, sorte (acaso) e participação decisiva da
torcida, ou seja, tudo que se tem direito para se formar um esquadrão
vencedor.
O elenco
base era formado por: Ronaldo (base) e Sidmar (interior de SP); os
laterais Tarantini (Itabuna), Maílson (base), Edinho (Flu de Feira) e
Paulo Robson (Santos); os zagueiros João Marcelo (base), Claudir
(Serrano), Pereira (interior de SP) e Newmar (Grêmio); os meias Paulo
Rodrigues (interior de SP), Gil (Itabaiana), Bobô (Catuense), Sales
(Jequié) e Zé Carlos (base); e os atacantes Renato (interior do RJ),
Osmar (Ipiranga), Charles (base), Marquinhos (Confiança), Dico (base) e
Sandro (Catuense).
Como
visto, somente dois jogadores vieram dos chamados grandes clubes, os
demais foram revelados em casa ou garimpados em times do interior da
Bahia e de São Paulo, com uma alma perdida do RJ, e dois bravos oriundos
de SE. Jogadores até então desconhecidos e de baixo custo.
A estrela da companhia era Bobô que chegou em 86 e formou inesquecível
dupla, até hoje os vices têm pesadelos, com Cláudio Adão. Mas, o craque,
o senhor do meio-de-campo, era Paulo Rodrigues, até hoje não entendo
como surgiu tão tarde e nunca jogou na seleção.
Quem
diria que um time base formado por Sidmar, Edinho (Tarantini), Pereira,
Claudir e Paulo Robson; Paulo Rodrigues, Gil Sergipano e Zé Carlos;
Bobô, Renato e Marquinhos (Sandro), treinado por Evaristo de Macedo,
chegaria tão longe? A campanha foi marcada pela regularidade na fase
classificatória, com o time imbatível na Fonte.
Contudo,
uma derrota inesperada para o Botafogo, o acaso, foi responsável pela
primeira grande mudança, forçado pela torcida (olhem a torcida fazendo
sua parte, se cuida SS), Evaristo tirou Renato e colocou Charles, o Anjo
45 não decepcionou e logo na estreia, contra o Grêmio, marcou e não
saiu mais do time. A falta de planejamento fez com que o time perdesse
Sidmar, até então uma muralha, entrando Ronaldo, o MVP das finais;
perdemos também Pereira, além de um grande zagueiro, era exímio batedor
de falta, para entrar o guerreiro João Marcelo, fundamental no último
jogo ao revidar as seguidas agressões coloradas, acalmando o ânimo do
jogo.
O exemplo
deste time serve para mostrar que não é preciso gastar milhões para
formar uma grande equipe. Joga por terra outra balela tão comum hoje em
dia, o chamado planejamento a longo prazo, quero ver resistir a 5
derrotas seguidas. É muito mais simples, basta paciência nas
contratações, foco e profissionalismo fora de campo, transformados em
garra, confiança e dedicação dentro desse, isto é que faz um Campeão.
Isto tivemos de sobra em 98 e 2010, aprenda 2015 e entre para a história.
Miguel, lembro vagamente desse time do final dos anos 80. Acredito que um post sobre as finais de 88 mereceriam um post seu, fica a dica.
ResponderExcluir