A sina dos seis
A
Série B está chegando ao final, e mais uma vez o Tricolor fracassa nos
últimos 6 jogos em busca do acesso, infelizmente um filme que se repetiu
várias vezes nos últimos tempos. Vamos voltar no tempo para melhor
entender esta história.
Se
na década de 80, o Esquadrão contabilizou jogos históricos, campanhas
memoráveis e títulos nos campeonatos nacionais, como em 81 com o 5x0 no
Santa, em 85 com o time que jogava no ritmo das palmas da torcida, em 86
com o time da alegria do trio Zanata, Bobô e Cláudio Adão, com o título
de 88, e o honroso terceiro lugar de 90, destaco que vi e vivi de perto
estes momentos de alegria; não podemos falar o mesmo da décadas de 90,
quando começou nossos eternos vexames, de bom, só lembro da campanha de
1994 quando ficamos entre os 8, sendo derrotados pelo imbatível
Palmeiras de Roberto Carlos, autor do golaço que decretou nossa
eliminação. No campeonato de 1996, nos salvamos na bacia das almas,
ganhando de 3x2 do Vasco, em um jogo suspeito, e vencemos o Flamídia por
1x0 em São Januário, nossos salvadores foram Juninho, irmão do craque
Zé Carlos, e Edmundo, um clone do Animal, jogadores que representam bem o
baixo nível do nosso futebol.
Em
1997, começa nosso declínio, com um time limitado, sendo o ataque
formado por Edmundo, Guga (andou fazendo uns golzinhos) e Zinho,
fracassamos e caímos, destaca-se que chegamos nos últimos seis jogos,
gravem este número, praticamente livre do rebaixamento, mas acumulamos
derrotas e caímos ao empatar por 0x0 com o Juventude em plena Fonte, em
um duelo particular entre Lima, o Canhão do Fazendão, e Emerson,
posteriormente contratado pelo Bahia. Lembro que estava na praia de
Coroa em Itaparica, tomando uma com meu saudoso Tio Bira, mas mesmo sob
protestos dele, peguei o Ferry e fui para a Fonte, depois do jogo,
completamente atordoado, fui para casa de um colega e só cheguei em casa
às 3:00 da matina, sendo recepcionado por meus primos e com minha cama
coberta de roupas pretas.
Veio
1998, ano da minha mudança para BSB, o time de “estrelas” fracassou na
fase de grupos, só assisti, cercado por torcedores do Gama, à derrota
por 1x0 no Bezerrão. No jogo seguinte, o Vovô ganhou de 2x1 do Bahia em
plena Fonte e complicou nossa passagem de fase, por pouco não fomos
parar na Série C. Detalhe, o Flu do Rio caiu para a Série C e o Gama foi
o campeão.
Em
1999, fizemos uma campanha excelente na fase classificatória, Uéslei só
faltou fazer chover e foi o artilheiro do torneio, fomos para o
quadrangular final, com seus SEIS jogos, na 3ª rodada empatamos com o
Goiás em Goiânia, eu e Maca assistimos cercados por Esmeraldinos no
Antártida, bar da Asa Sul, mas no jogo seguinte, o Tricolor é derrotado
em casa pelo mesmo Goiás e praticamente dá adeus à Série A, ainda
ganhamos o último jogo, mas o empate “providencial” entre Goiás e
Santinha subiu os dois.
Subimos
com a virada de mesa, e fizemos uma campanha razoável em 2000, sendo
eliminado em dois jogos equilibrados pelo Vasco de Eurico, que disputou a
final com o então poderoso São Caetano, final esta marcada pela queda
do alambrado de São Janu, quando o SC dominava o jogo, e pelo logotipo
do SBT na camisa vascaína no jogo remarcado, em retaliação à Globo que
defendia punição severa ao Vasco após a queda do alambrado. Depois, em
2001, fomos eliminados pelo São Caetano, tendo a chance de passar de
fase no final do jogo. Em 2002, fomos mal e quase caímos. No ano de
2003, primeiro campeonato por pontos corridos, fomos muito mal, e
descemos após sermos goleados pela Raposa em plena Fonte. Talvez a
desilusão com a péssima campanha de 1998, a decepção de 1999, e minha
mudança para BSB, apagaram quase por inteiro o período 2000-2003 da
minha memória, só me lembro do Bi-campeonato do NE, em especial os 3x1
no Sport na final de 2001, eu estava lá. Por isto, parte das lembranças
aqui contadas não são minhas, mas de Fábio Corneta e Marcão, membros da
Embaixada Bora Bahêa Brasília.
Em
2004, tivemos um meia-esquerda de verdade, Robert, que levou o time nas
costas e chegamos mais uma vez no quadrangular final, e seus SEIS
fatídicos jogos, começamos sendo derrotados pelo Jacaré no Cerejão, eu
estava lá, e chegamos na última rodada precisando ganhar do Jacaré e
torcendo para um tropeço do Avaí no Castelão contra o Leão do Pici,
resultado, perdemos de 3x2, nossa torcida protagonizou um dos maiores
vexames da sua história, e o Leão ganhou do Avaí, subindo com o Jacaré.
Detalhe, não perdemos nossa classificação neste jogo, mas sim num empate
contra o Avaí em nossa casa.
Em
2005, mais uma vez com um elenco repleto de estrelas, entre elas Uéslei
(repatriado da Ásia e recebendo em dia), Viola e Dil, mas com um time
rachado e que perdeu vários jogos para derrubar Jair Piccerni, caímos e
fomos para a Série C.
Na
Série C, fracassamos em 2006, depois de boas campanhas nas primeiras
fases e de uma medíocre na fase final. Subimos em 2007, campeonato
marcado pelo gol salvador de Charles aos 50 minutos do segundo tempo
contra o Fast, na segunda fase do torneio, e pela queda da arquibancada
da Fonte no jogo da subida contra o Vila Nova, nosso adversário em 2016.
Eu iria para este jogo, já estava orçando as passagens, quando o
tricolor empatou na Fonte com o fantático Barras do Piauí, tomando dois
gols do craque Pantico, nosso atleta, de triste lembrança, em 2008, com
isto abortei os planos da viagem.
2008
e 2009, nada a acrescentar campanhas marromenos e nem passamos pertos
de subir. Voltamos para a Série A em 2010, mas nos limitamos a lutar
pela permanência nos 3 anos seguintes, até a queda em 2014.
Vem
2015, numa Série B marcada por times ruins e irregulares, o Bahia aos
trancos e barrancos foi se mantendo dentro ou próximo do G4. Quando
faltavam SEIS rodadas, éramos 4º com uma vantagem de 4 pontos para o
quinto, mas a “maldição” dos SEIS jogos se abateu novamente no
Esquadrão, perdemos a decisão em casa contra o Santinha, e vamos
terminar o campeonato de forma melancólica em um vergonhoso 9º lugar.
Como
visto neste texto, o Tricolor da Boa Terra é incompetente para
conseguir o acesso para a Série A, até o momento, só obtivemos em campo
uma única vez, em 2010. Em pelo menos 3 vezes, 1999, 2004 e 2015,
fracassamos nos últimos seis jogos, e com derrotas em casa nos jogos
decisivos, espero que em 2016, a história não se repita.
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