Neymar e seu dia de Quelé
Na
infância, eu ouvia um ditado “uma jogada de Pelé, outra de Quelé”, tem
sentido similar no mundo futebolístico à famosa “uma no cravo, outra na
ferradura”. Pois bem, ontem Neymar, o melhor jogador brasileiro da
atualidade, teve seu dia de Quelé. Não acertou praticamente nada, dignos
de seu nome só um incrível drible em Sanchez e um belo chapéu em
Zuniga, mas os dois sem nenhuma consequência produtiva. No mais, foram
escolhas equivocadas, tropeções, domínios mal feitos, passes errados, ou
seja, todas jogadas de Quelé. Em nada lembrou a boa atuação do domingo,
com um gol e um passe de gênio para o segundo, no último lance da
partida, jogadas estas de Pelé.
As
causas podem ser várias, o cansaço natural do fim de temporada, com
exceção de Vidal, os jogadores que jogaram a final da Champions estão
jogando abaixo do que podem; o posicionamento equivocado em campo,
excessivamente avançado, deixando a armação do time para o faltoso
Fernandinho (como bateu e errou passes), os sumidos Elias e Williams
(alguém os viu em campo?), um limitado Firmino (até R. Winchester,
esforçado atacante de Trinidad & Tobago, faria aquele gol), e um
bisonho Fred (o lance da falta que originou o gol colombiano resume
tudo); ou a implacável marcação colombiana, capitaneada pelo onipresente
Sanchez. Mas, tudo bem, é perdoável, o moleque tem crédito, até Pelé,
com certeza, teve seu dia de Quelé.
Imperdoável
foi o descontrole emocional apresentado por Neymar, lembrou uma
caricatura do Animal, nada justifica o que ele fez ontem em campo, nem o
injusto cartão amarelo que recebeu ainda no primeiro tempo. Por sinal,
era para ter sido expulso logo em seguida, pois fez uma falta
desnecessária e depois socou a bola contra o solo. Depois do intervalo,
voltou mais irritado ainda, tornando-se presa fácil para a efetiva
provocação colombiana. Mas, o pior ainda estava por vir, após o apito
final, um chute desnecessário, não intencional, acertou um jogador
colombiano, e o que se viu depois foi de uma infantilidade bestial, uma
tentativa de cabeçada em Murillo e a justa expulsão. Agora, basta
esperar a punição.
Na
sua curta, mas vitoriosa experiência no futebol europeu, Neymar vem
seguidamente se envolvendo em polêmicas, Atléticos de Madrid e Bilbao já
tiveram seus dias, mas em todas, ele vem respondendo na bola ou se
afastando do bolo, ontem, ele fez exatamente o oposto, futebol medíocre e
busca do confronto. Sempre se questionou a sua tarjeta de capitão, logo
ontem dia de homenagem a Zito, o cara que capitaneou Pelé, Neymar
mostrou não está pronto para usá-la.
Por
fim, os Neymafóbicos dormiram e acordaram eufóricos, mas uma vez se
ouve dizer que Neymar amarela em jogos difíceis e/ou decisivos, como se
um Brasil X Colômbia, em fase classificatória da EXPRESSIVA Copa
América, fosse mais importante e difícil do que um Brasil x Espanha, em
final da também INEXPRESSIVA Copa das Confederações, quando Neymar jogou
o fino da bola, enterrando de vez a boa fase espanhola.
Que venha Brasil x Venezuela, quando veremos se temos um time, ou uma euquipe.
P.S.
Quem disse aos treinadores da seleção que os jogadores gaúchos que
jogam no expressivo futebol ucraniano são dignos de vestir a amarelinha?
Esta moda começou na eliminatória de 2001, quando Felipão convocou e
botou como titular, em um confronto com a Argentina no Monumental de
Nunes, Eduardo Costa, o resultado não poderia ser outro, 3x1 para os
Hermanos.
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