Rápido e caceteiro (3)
Declaração dos jogadores: pode
ter parecido hipócrita, inoportuna, ou desculpa esfarrapada, mas a
declaração dos jogadores diz muito sobre o que foi o Bahia na Série B.
Entendo quando eles dizem que a Diretoria fez o possível e a isentam de
culpa, pois na visão deles, o papel da direção é pagar em dia, pelo que
consta pagaram até adiantado, e dar condições de trabalho ao elenco,
pelo que vi e li não faltou, não foram raras às vezes que o time treinou
no CT da Praia do Forte com estrutura e gramado dignos de copa do
mundo. Diz muito também não comentarem nada sobre os treinadores, SS e
CF, a omissão deixa claro que com ambos os treinadores o elenco tinha
problema de relacionamento, não existia aquela união apregoada nas falas
após as péssimas partidas, mas principalmente, faltava a confiança no
que era passado e pedido pelo “profexor”. Gostei, também, do fato deles
tentarem retirar o peso das costas dos mais novos, repassando-o para os
mais experientes.
Entretanto,
se estavam tão conscientes que tinham boas condições de trabalho, que a
Diretoria fez muito, por que não honraram a camisa? Por que entravam em
campo tão desmotivados e sem garra? Por que se deixaram vencer por
times tão medíocres como o Boa, treinado pelo assessor de imprensa? Por
que em campo não orientaram e apoiaram os mais jovens como fizeram após o
fracasso? Por que não reagiam e sempre faltava perna no segundo tempo
das partidas? Ou seja, chorar após o leite derramado é pouco para a
torcida, como torcedor que sou, gostaria muito de ouvir as respostas
para as perguntas acima, não apenas um lamento com o já tradicional “a
culpa é nossa”.
A entrevista de MS:
como ponto positivo, destaco o fato de não esperar o campeonato acabar
para se tomar as providências pensando em 2016, também vi como acertada a
demissão de Alexandre Faria que teve insucessos atrás de fracassos nas
contratações, papel primordial do diretor de futebol. Mas, como
preocupante, não vi uma autocrítica de MS sobre os erros cometidos na
Série B 2015, ficou parecendo que seu papel era de observador e não de
timoneiro do barco, ou melhor barca, tricolor. Dá a entender que o mesmo
se sentiu livre de culpa após a declaração dos jogadores, mas pagar
salário em dia e dar condições de trabalho é obrigação, e o líder tem de
fazer muito mais do que a simples obrigação, tem de impor metas, cobrar
resultados e motivar os comandados para atingir o objetivo. Nestes
pontos, MS & Cia falharam e muito, insisto, faltou esta autocrítica
na fala do nosso Presida. Nada esclarecida ficou a situação de Charles,
depois de dois sucessivos fracassos, pergunto se ainda há espaço para o
mesmo no Bahia, melhor não seria sair para outro time e deixar a poeira
baixar? Por fim, gostei da fala dele sobre as figuras que foram para
porta da sua casa, também entendo não ser ali o local apropriado para se
cobrar à Diretoria.
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