Uma coisa que admiro no futebol
europeu é a busca incessante pelo gol. Não importa o placar ou a qualidade do
time adversário, quem está ganhando sempre busca fazer mais um. Não por acaso,
recentemente, o City ganhou de 6x0 do Chelsea, e o Bayern enfiou (lá ele) 5x0
no Borussia, em confrontos teoricamente equilibrados. Chama atenção também o
número de gols de Messi e CR 7 por temporada. Em suma, lá os times sempre jogam
em busca do gol, parecem que sempre estão correndo arás de uma desvantagem ou
querendo abrir uma vantagem num mata-mata.
Infelizmente, do lado de cá do
Atlântico, nossos times fazem exatamente o contrário. Abrem 1x0, aproveitam que
o adversário está atordoado, e buscam por 10 a 15 minutos o segundo. Fazendo ou
não, recuam depois disto e tentam segurar o resultado. Muitas vezes, conseguem
segurar o resultado e não raro conseguem fazer o segundo num contrataque. Mas,
nem sempre esta estratégia dá certo, não é incomum o time adversário empatar e
até virar.
O Bahia não foge à regra do
futebol nacional. Na quarta, fizemos 1x0, buscamos o segundo, mas, rapidamente,
entregamos o controle do jogo ao Botafogo e fomos castigados com a virada
deles. No segundo tempo, eles nos entregaram a bola, fizemos o segundo, mas não
tivemos a capacidade para empatar.
Ontem, o Bahia fez um primeiro
tempo de encher os olhos, sufocamos o Avaí, corremos e nos entregamos durante
os 45 minutos, passamos por cima da retranca deles, criamos várias chances e
abrimos o placar no final da etapa. Já no segundo, fizemos o padrão do futebol
brasileiro, entregamos a bola para eles e vivemos de fortuitos contrataques. Ao
contrário de grande parte da torcida, não vi o Bahia passar sufoco, o Avaí teve
a bola, mas pouco entrou em nossa área em condições de arremate, se limitaram a
chutar de fora ou alçar bolas na área.
Detalhando um pouco mais, o Bahia
novamente entrou com AK centralizado ao lado de Gilberto, com Ramires e Arthur
abertos. Decididamente, não é a de Ramires jogar aberto pelos lados, seja pela direita
ou esquerda ele não consegue jogar seu melhor futebol. Mesmo depois da entrada
de Rogério, Ramires continuou aberto e teve muita dificuldade para render, apesar
de apresentar uma evolução em relação ao jogo contra o Botafogo. Por outro
lado, Arthur começa a se sentir à vontade pela esquerda, jogou muita bola, fez
uma bela dupla com Paulinho e criou muita dificuldade para a defesa
catarinense. Pela direita, Nino novamente cumpriu bem suas funções defensivas e
ofensivas. Pelo meio, Gregore foi um monstro, não deixou o Avaí se criar no
ataque e ainda apoiou bem nossos atacantes.
Destaco que o Avaí veio com 3
zagueiros, mas mesmo assim, criamos várias oportunidades de conclusão dentro da
área deles, fruto da nossa intensa movimentação e passes rápidos. Só Gilberto
teve algumas chances claras, mas nosso matador não está passando por um bom
momento, as escolhas nem sempre são as melhores.
No segundo tempo, o Avaí mudou radicalmente
sua formação em campo. O Bahia demorou a entender o que estava acontecendo e o
Avaí passou a gostar do jogo. Claramente, o Bahia sentiu as 24 horas a menos de
descanso e resolveu jogar no contrataque. Criamos uma chance clara num
contrataque muito bom, mas Rogério tocou mais para o pé esquerdo de Nino que se
contorceu todo para bater de direita. Ao contrário da etapa inicial quando ganhamos
todas as segundas bolas, perdemos todas na etapa final e com isto a bola ficou
com eles. Entendo que a defesa do Bahia mais uma vez mostrou sérias
deficiências na bola aérea, perdemos quase todas. Por outro lado, não deixamos
os caras entrarem na nossa área com condições de finalizar, o que mostra uma
evolução do nosso sistema defensivo.
Por fim, a saída de Arthur,
cansado, para a entrada de Élton, teve o efeito esperado por Roger, voltamos a
ganhar a segunda bola e controlamos bem a parte final do jogo com boa troca de
passes no campo ofensivo. Também achei positiva a entrada de Shaylon que
mostrou que está afim de brigar pela vaga de titular com Ramires. Chamo atenção
que Shaylon jogou na dele pelo meio, enquanto Ramires ficou quase o tempo todo
aberto pelos lados.
Enfim, como diz o chavão, não
existe jogo fácil na A, o CSA está aí para provar isto. E o que interessa são
os três pontos. Agora são dois jogos complicados fora, mas não me surpreenderia
o Bahia voltar invicto, uma vez que o Athlético terá uma batalha com o Boca n
quinta, e o São Paulo ainda é um time em formação, com os altos e baixos característicos
dos times nesta situação.
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