Porra, hoje acordei numa
ansiedade da porra. Logo decidi que tinha de escrever um texto para extravasar
o nervoso e dividir a ansiedade com a galera, porém a inspiração estava zero,
tentei me inspirar lembrando de algumas músicas, nada, o vazio continuava. Só
que antes de sentar em frente a um computador, tinha um fisioterapia. Enquanto
errava um exercício, a contagem da série e não prestava atenção nos comandos da
fisioterapeuta, percebi que não se tratava de ansiedade, nervoso ou angústia,
na verdade eu tô é agoniado. Pois é, nada mais baiano, nada mais Bahia do que
esta agonia antes dos grandes jogos.
Agonia da porra para ver a
torcida lotar a Fonte e cantar a todo pulmão sua paixão pelo tricolor; agonia
da mísera para ver a bola rolar e o Bahia partir para cima do Grêmio com a fome
e a força de um predador; agonia da disgrama de gritar BORA BAHÊA, MINHA PORRA;
PEGA, PORRA na hora do gol; e AQUI É BAHÊA no final e com a vaga na semi nas
mãos. Sem dizer do cerca; acorda, mísera; num dá mole não; e chuta, disgrama;
que saem da boca a cada LANCE do jogo.
Junto com a agonia veio o
banzo do time de 81 e do seu histórico triunfo de 5x0 sobre o Santinha com
atuação de gala do gênio Gilson Gênio ao lado do craque Léo Oliveira; banzo de
quando eu ia na Fonte bater palma para o esquadrão de 85 com Marinho, Celso,
Emo e Ronaldo Marques comandados pelo maestro Leandro; banzo de 88, do time
campeão, do time que encantou o Brasil com a cantada elegância sutil de Bobô,
mas com o protagonismo de Zé Carlos; a onipresença de Paulo Rodrigues (o craque
do time, na minha opinião); o faro de gol de Charles; os vôos mirabolantes de
Ronaldo; e a garra e determinação de Marquinhos e Gil, para ficar nos atletas
que vieram de Sergipe; além da fome de vencer da galera do interior e da base Claudir,
Edinho, Sales, Tarantini, João Marcelo, Dico, etc, etc, etc.
Banzo também de Lourinho e
seus bonecos, como eu queria ver um boneco vendando a visão de Paulo Victor;
amarrando as pernas de Geromel e Kaneman; congelando Cebolinha e Luan. Banzo do
anãozinho fechando a trave e sendo expulso pelo juiz para poder começar a
partida. Desculpem esta longa volta ao passado, mas agonia como a que estou
hoje eu só senti em fevereiro de 89, quando, em situação bem similar a atual,
eliminamos o Sport – jogo duro da zorra – e passamos por cima dos favoritos
Fluminense e Inter.
Por fim, se eu pudesse dizer
algo aos jogadores, eu falaria, joguem por vocês, por suas carreiras, por seus
familiares e pelo clube que honra seus compromissos; mas, sobretudo, joguem por
nós que respiramos e transpiramos paixão pelo Bahêa, que dormimos, sonhamos e
acordamos pensando neste jogo, neste momento de poder sentir a sensação de ser
um dos 4 melhores times do país. Se por ventura faltar força, não abaixem a
cabeça, olhem para a arquibancada, olhem atentamente no semblante e no olhar de
cada torcedor, ali vocês vão encontrar a energia, a garra, o sangue nos olhos e
fome de vencer que separa os grandes campeões dos normais. É isto, sempre se
lembrem em campo, não somos 11, somos mais de 4 milhões lutando por esta vaga e
nada vai nos parar.
A agonia é grande, mas a fé
em todos os santos é maior, hoje vai dar Bahia e Salvador não vai dormir. AQUI
É BAHÊA, PORRA.
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